Era uma vez... um prefeito que desejava implantar algumas inovações em sua cidade. Decide contar com a colaboração de um diretor artístico, de um analista e de um crítico de arte. Todos três reconhecidos e estimados por seu profissionalismo. Mas, quando os três começam a trabalhar juntos, não se dão bem: brigam e não produzem resultados.
O mais insatisfeito é o criativo, que se sente freado pelas interferências dos outros dois. Está tão frustrado que decide comunicar ao prefeito sua intenção de se demitir. O prefeito sente-se contrariado, pois sabe que esse diretor artístico é o melhor em seu ramo: logo, quer entender o que não está funcionando bem. Pede ao criativo que participe ao menos de uma outra reunião, na qual estará presente como observador o advogado Dell’Angelo. O papel desse advogado é observar como trabalham os três profissionais e entender o que não está dando certo.
O diretor artístico e os outros colaboradores aceitam a presença do advogado Dell’Angelo, o qual em pouco tempo entende por que aquele profissional encontra-se insatisfeito. Assim que ele lança uma idéia, o analista ou o crítico a massacram, dizem que não vai funcionar, que não é boa, que custaria muito, que não é muito original e fazem perguntas não pertinentes; ou seja, intervenções e comentários negativos. Típicas frases-matadoras, que sufocariam qualquer ideia criativa.
Tendo descoberto isso, o advogado Dell’Angelo lhe propõe que deixem o diretor artístico completar seus pensamentos, ou melhor, que eles o ajudem a desenvolvê-lo e ampliá-lo. O que requer muito esforço, tanto do analista, quanto do crítico, os quais, no entanto, graças a presença do advogado Dell’Angelo, conseguem frear seus impulsos e consentir ao criativo expressar completamente suas ideias.
Quando ele termina sua exposição, está pronto para ouvir o analista. Agora é sua vez de fazer uma análise correta da praticidade da proposta, prever tempos e custos, dificuldades e riscos. Enquanto o analista exprime suas ideias, é o crítico a interferir, fazendo suas afiadas observações. Mesmo sendo suas intenções positivas, o advogado Dell’Angelo compreende que o momento é inoportuno. Logo, pede-lhe que ajude o analista a fazer uma análise geral e não detalhada da questão. Somente quando o analista completa sua análise do aspecto prático da proposta, encontrando-se então o trabalho num bom nível de definição, o crítico pode interferir com suas contribuições positivas e concretas.
Graças ao método sugerido pelo advogado Dell’Angelo, os três assistentes do prefeito compreendem que o melhor modo para trabalhar juntos é dividir entre si as responsabilidades pelas várias fases do trabalho, de modo a consentir que cada um dê o melhor de si, sem inoportunas interferências dos outros. Que seja o criativo o primeiro a exprimir suas ideias e, somente após tê-las elaborado, poderá intervir o analista para a análise das possibilidades de realização prática. Depois que o trabalho tiver chegado a uma boa fase de definição, poderá intervir o crítico de arte, para dar suas contribuições positivas. Esse método de trabalho permite que o grupo de assistentes do prefeito produza os resultados esperados, trazendo muitas inovações à cidade, com grande satisfação não só do prefeito, mas também dos cidadãos.
Do livro: Metáforas - Para a Evolução Pessoal e Profissional