Em um lugar distante havia uma aldeia indígena, coordenada por um sábio, porém já velho e doente.
A aldeia estava com seus recursos escassos devido à falta de cultivo do que era próprio do lugar.
O sábio, sabendo que estava próxima a sua viagem final, resolveu escolher um novo líder, jovem, porém capaz de transformar a situação na aldeia e com todos gerar um futuro novo.
Lançou pela aldeia o desejo de encontrar logo seu sucessor.
Apareceram três jovens e o sábio apresentou-lhes o desafio:
- Será o novo líder aquele que me trouxer algo mais precioso, diferente e belo. Para isso, vocês terão todo o dia. Ao anoitecer deverão aqui retornar, e me apresentar o bem trazido.
O sábio pretendia experimentar a sensibilidade e a visão de futuro, daquele que deveria ser o novo líder da tribo.
Os três jovens saíram e retornaram ao anoitecer.
Apresentou-se assim, o primeiro jovem:
- Mestre, saí por aí, andei... andei... e cheguei ao topo de uma montanha onde encontrei esta flor belíssima, jamais colhida, quiçá vista por outra pessoa.
O Sábio recebeu a flor, mas sentiu que ainda não era tempo de entregar a aldeia àquele moço que só se preocupou com a beleza externa.
O segundo jovem assim se expressou:
- Sábio, também saí por aí, caminhei bastante e no mais escondido vale avistei um brilho intenso...Aproximei-me e encontrei esta pedra preciosa que poderá trazer muitas riquezas para nossa aldeia.
O sábio agradeceu o esforço do segundo jovem, mas não deveria ser ele o novo líder porque ele só se interessou pelo material, não revelando nenhum traço sensitivo.
Por último, o terceiro jovem apresentou-se de mãos vazias, para surpresa do sábio:
- Mestre, como os outros, também andei e acabei saindo de nossa aldeia. Andei tanto e encontrei um rio de águas claras e cheio de peixes. Atravessei o rio e encontrei um lugar muito verde. Vi que lá há árvores frutíferas e muitos bichos. Pensei que lá poderíamos reconstruir nossa vida....
O sábio admirou-se com a visão de futuro que o terceiro jovem teve, com sua sensibilidade em sonhar algo bom para todos e que não fosse passageiro. Emocionado, o sábio enxergou naquele jovem, o novo líder da aldeia.
A aldeia estaria em boas mãos porque o jovem não se apegara apenas à beleza do lugar, nem ao seu valor material. No entanto, viu além... Viu o potencial daquelas terras que bem cultivadas, trariam progresso não só para si ou para meia dúzia de pessoas, mas para todos.