O sapo Ram sentia-se muito desgraçado, pois achava tudo ruim e desagradável. Era inconformado por natureza. Renegava até sua própria condição de sapo.
- Por que terei nascido sapo? Não poderia ter nascido um lindo lince, ou alguma dessas aves maravilhosas que voam pelo céu? Quem é o responsável pela minha condição de sapo? Quem decide o que cada um vai ser e quem lhe deu licença de me transformar em um sapo feio e repelente? Bah! São perguntas às quais ninguém pode responder, queixava-se Ram constantemente.
Os seus amigos, muito espantados com esses argumentos, tentavam mostrar-lhe as vantagens de ser sapo.
- Olhe, Ram. Ser sapo é algo digno e maravilhoso, porque tudo na vida tem um sentido profundo e encantador. Pode ser que o lince seja mais bonito que nós. Mas, com certeza, nós temos qualidades que ele não possui. E assim é com tudo. Tanto direito à vida temos nós como qualquer outra criatura da Criação. Você deveria sentir-se muito satisfeito por ser sapo, dizia-lhe Jip, o mais inteligente do grupo.
Tempo perdido. Ram, longe de admitir essas ideias, tornava-se cada vez mais rebelde e amargo. Com muita pena, os seus colegas deixaram de tentar convencê-lo e se afastaram dele. Ram, o infeliz, foi-se consumindo lentamente por dentro. Ele mesmo forjava a sua perdição.
Amigo, o poder de nossos pensamentos é imenso e, como qualquer outra coisa, pode ser usado em nosso benefício ou em nosso próprio prejuízo.